Técnicos da Petrobras estiveram
na manhã de sexta-feira (13) no município de São João de Pirabas para apresentar
a etapa do projeto de perfuração para exploração de petróleo ou gás na bacia de
Barreirinhas, na costa do Maranhão. A palestra ocorreu na sala de reuniões da
prefeitura municipal para secretários, técnicos e membros de conselhos.
Em sua explanação o engenheiro
ambiental Gabriel Arendt informou que a área a ser explorada está a 140 km de
São Luís - MA, que será a base de suprimentos para o projeto. O engenheiro
também ressaltou que esta etapa de operação já possui o licenciamento ambiental
concedido pelo IBAMA mediante o EIA/RIMA que leva em conta, segundo Arendt, o
estudo das características ambientais na área de influência da atividade.
Segundo o material impresso distribuído para os participantes da reunião, foram
avaliados os possíveis impactos ambientais associados às atividades de
perfuração.
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Engenheiro Gabriel Arendt apresenta projeto de perfuração marítima |
No tocante a segurança do
empreendimento, o técnico William Sales afirmou que a Petrobras é uma das
empresas com maior expertise na exploração em águas profundas com tecnologia de
ponta para mitigar eventuais acidentes através de um Plano de Emergência
Individual.
Questionado sobre a
participação das comunidades que estão sob a área de influência do projeto,
Arendt afirmou que a sociedade será convidada a se manifestar nas duas
audiências públicas que serão realizadas em São Luiz – MA e Salinópolis – PA.
Nesta etapa, será apresentada a atividade e o estudo de impacto ambiental, onde
será possível o esclarecimento de dúvidas.
Ao responder questionamento
sobre a compensação financeira para os municípios do entorno, Arendt informou
que nessa etapa não está previsto pagamento de “royalties”, somente após a
comprovação da existência de novas reservas de óleo ou gás natural e a efetiva
operação dos blocos, com a devida análise da Agência Nacional do Petróleo –
ANP.
Na opinião do secretário de
meio ambiente de São João de Pirabas, Alan Amorim, o modelo de implantação dos
grandes projetos na região não tem se apresentado como propulsores para o
desenvolvimento regional, e se mostrou preocupado com os efeitos negativos que
podem ocorrer com a expectativa de tal projeto, principalmente na questão
ambiental.
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Amorim se diz preocupado com o futuro da biodiversidade
do litoral paraense e vê projeto como ameaça iminente
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Na oportunidade Amorim destacou
a luta dos povos da “Maré”, característica marcante de todos os municípios do
litoral paraense e maranhense, pela sobrevivência e preservação do ecossistema
de manguezais, além dos esforços para a criação de unidades de conservação que
assegurem o modo de vida dessas comunidades, o que segundo o secretário não tem
sido levado em conta pelos grandes projetos. “não vejo com bons olhos nenhum
projeto de prospecção subterrânea na região, seja petróleo, seja mineração...”
– disse Amorim, ressaltando que esta é a sua opinião particular, não
necessariamente a opinião do governo municipal.
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Fonte: senado.leg |
Sugeriu ainda que a Petrobras também
faça a apresentação “in loco” do projeto, possibilitando a ida de técnicos do
poder público e representantes da sociedade civil dos municípios do entorno ao
complexo que envolve o projeto de perfuração dos blocos BM-BAR-3 e BM-BAR-5,
denominados respectivamente de Guajaru W e Guajaru, na bacia de Barreirinhas.
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Fonte: docplayer.com |
Segundo o cronograma
apresentado, o início dos trabalhos de perfuração dos poços estão previstos de
novembro de 2020 a julho de 2021 para o Guajaru (BM-BR-5) e de abril a novembro
de 2022 para o Guajaru W (BM-BR-3).
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Fonte: anp.gov.br |
Solicitado o Power Point da
apresentação e a gravação de entrevistas para a imprensa local, os técnicos
informaram que não estavam autorizados, mas que levariam a sugestão feita na
reunião. A negativa fez com que Alan Amorim contestasse a política de
transparência da empresa, uma vez que a população precisa de esclarecimentos
acerca do tema antes da realização das audiências.