Multidão saiu às ruas de Pirabas para celebrar o círio de Nazaré
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O clima festivo do
maior evento religioso do município teve início na tarde de quinta-feira (24),
com a romaria rodoviária que conduziu a imagem da santa pelas comunidades
localizadas às margens das rodovias PA 440, 124 e ramal da Boa Esperança. No
cortejo, várias famílias da zona rural do município tiveram a oportunidade de
contemplar a rainha da Amazônia em sua passagem pelas 10 comunidades situadas
ao longo do percurso de 35 km, que teve como destino o porto da comunidade do
Hilário.
No final da manhã de
sábado (26), aconteceu o retorno da imagem a sede do município coma realização
da romaria fluvial, atraindo dezenas embarcações de vários portes, atravessando
a foz dos rios Axindeua e Pirabas em direção ao trapiche do beiradão, local de
desembarque onde autoridades políticas, eclesiásticas e lideranças do setor
pesqueiro já aguardavam a romaria. Em terra firme, a imagem de Nazaré ganhou
mais homenagens com a moto romaria, organizada por associações de moto
taxistas, percorrendo alguns bairros da cidade, com passagem pela igreja de São
Mateus, no bairro da Piracema.
À noite, já na
berlinda, os fiéis católicos saíram em caminhada na trasladação da imagem até a
igreja de São Pedro. Durante o percurso, estudantes de escolas públicas
prestavam suas homenagens, fogos de artifícios iluminavam o céu de Pirabas
anunciando a passagem da imagem em frente aos órgãos públicos e empresas,
emocionando os fiéis que continuavam a caminhada sem interromper o clima de
meditação.
A movimentação nas
primeiras horas do dia já anunciava a grande procissão que se seguiria no
período da manhã. Casas bem ornamentadas, famílias inteiras ao redor de
oratórios com réplicas da imagem peregrina em frente às residências aguardavam a passagem da berlinda. Enquanto
isso, promesseiros de cidades vizinhas continuavam chegando para participar da
celebração da 71ª edição do círio em Pirabas vindo em grandes caravanas, muitas
destas, perfazendo todo o percurso a pé, como prova da determinação, amor e fé
de quem deseja demonstrar gratidão à virgem de Nazaré por alguma benção alcançada.
Por volta das 7h e 30 minutos, a multidão ao
som de músicas marianas, já se aglomerava em frente à igreja de São Pedro.
Crianças, jovens e idosos procuravam o melhor local para acompanhar a berlinda
nos 2,7 km de distância que separam os dois templos católicos. Todos, mas de
forma individual procuravam expressa a fé e a devoção à Maria; uns carregavam
membros do corpo em gesso representando a cura de alguma enfermidade, crianças
vestidas de anjos no colo de seus pais ou no bote de São João Batista davam os
sinais de que ainda na infância, a proteção de Nossa Senhora de Nazaré já havia
se manifestado, réplicas de canoas e pequenas casas de miriti ou papelão eram
erguidas acima da cabeça. Os motivos eram muitos, porém, o sentimento era o
mesmo – gratidão.
Em cada esquina, as
homenagens se multiplicavam. Ao contemplarem a soberana rainha em sua exótica
berlinda, muitos calavam-se diante da beleza do grande movimento humano no
vai-e-vem da corda, enquanto as lágrimas nos olhos expressavam a emoção que com
palavras não saberiam descrever. E assim a multidão caminhava em direção ao seu
destino entre fogos, canções e chuvas de papel picado.
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Após a retirada da imagem
de dentro da berlinda, no momento mais aguardado pelos fiéis, Dom Carlos ergueu
a santa imagem de Nossa Senhora de Nazaré movimentando-a para todos os lados
para abençoar grande multidão, despedindo-a de mais um compromisso em honra a
mãe de Jesus e a memória da milagrosa intervenção que devolveu a paz e a tranquilidade
ao povo pirabense terminando com o violento conflito entre pescadores e colônia
no ano de 1942.
Uma grande missa
celebrada na igreja matriz encerrou as comemorações do círio de Nossa Senhora
de Nazaré em São João de Pirabas.
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