4 de Janeiro de 1985.
Há 29 anos a polícia militar do estado do Pará assassinava Quintino da Silva
Lira.
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Decepcionado com a
justiça e revoltado com a situação de extremo abandono das famílias camponesas
por parte do estado diante da forma violenta com que essas famílias eram
expulsas da terra, que até então eram os únicos donos, o conhecido amansador de
burros aceitou liderar um braço armado na tentativa de resistir as desocupações
impostas por um conglomerado de empresas que formavam a CIDAPAR. Conflito este, as margens da rodovia
Pará-Maranhão (BR 316), que ficou conhecido como o “conflito da CIDAPAR”,
protagonizado por pistoleiros, milícias e polícia em favor das grandes empresas
contra humildes camponeses, que num ato de desespero recorreram às armas a fim
de garantir a posse de seu único bem – a terra; e o direito de plantar e colher
para sobreviver com suas famílias.
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A exemplo de tantos outros
heróis que se levantaram contra o sistema opressor da classe dominante,
Quintino foi assassinado covardemente quando visitava a residência de um casal
de amigos, numa vila às proximidades da sede do atual município de Nova
Esperança do Piriá, quando foi fuzilado por tropas da polícia militar sem ter
tido se quer a chance de se render, estando o gatilheiro desarmado naquela
ocasião.
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A morte de Quintino
foi mais um episódio cruel e nefasto do atual modelo econômico tutelado pelo
estado. Mesmo com a grande repercussão, pouca coisa mudou, a não ser a desistência
da Cidapar pela área; mas a luta pela reforma agrária, ainda nos dias de hoje, continua
a fazer suas vítimas.
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