Equipamento
de geomapeamento foi pescado por grupo em São João de Pirabas. Não há Risco de
contaminação.
Um grupo de
pescadores do município de São João de Pirabas, nordeste paraense, encontrou um
equipamento de mapeamento de subsolo utilizado para procurar petróleo. Enquanto
pescavam a 300 milhas da costa, o grupo teve uma surpresa, na noite de 18 de
dezembro, ao puxar a rede e verificar, que além de peixes, veio à tona o
estranho objeto. O equipamento foi identificado como propriedade da empresa norueguesa
Electromagnetic Geoservices (EMGS), contratada pela Petrobras para captar
imagens em 3D do solo com o uso de ondas eletromagnéticas. O objeto, que ainda
não foi recolhido pela empresa, tem gerado preocupação à família que o guarda e
da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) da cidade.
A dona de
casa Kleane Conceição, 30 anos, esposa do pescador Juvenal Fonseca de Aviz, 36
anos, que achou o objeto, tem mantido contato com a EMGS desde o dia 23 de
dezembro e está receosa com a situação. “Meu marido não tinha noção do que era.
Ele ligou para mim e disse que tinha trazido uma coisa estranha do mar. Eu não
queria trazer para casa. Tem umas plaquinhas em inglês dizendo que tem perigo.
Tem um material químico lá dentro. A empresa disse que não tem perigo se não
mexer, deixamos do jeito que está. Ninguém mexe nem toca”, afirmou Kleane.
Além de
informar que não haveria nenhum risco, a EMGS teria dito ainda que iria fazer o
recolhimento em janeiro deste ano. Entretanto, até o momento ninguém esteve no
local para reaver o equipamento. A empresa informou recentemente à família que
está tendo dificuldades para encontrar uma transportadora que aceite ir até o
local. O equipamento ainda possui uma cápsula cinza integrada que foi retirada
pelos pescadores. “Quando liguei perguntei logo se tinha algum risco, disseram
que não causava nenhum problema para a saúde e que poderia armazenar no fundo
do quintal”, disse. Uma equipe do Corpo de Bombeiros visitou a família nesta
semana e teria recomendado cautela ao manipular o equipamento. “Eu estou
tranquila, mas fiquei um pouco nervosa ontem, quando o pessoal do Corpo de
Bombeiros disse que poderia ter algo um pouco contagioso. Eu tenho um filho e
um filha menor de cinco anos, a gente fica com essa preocupação”, argumentou.
Autuação - O
titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) de São João de
Pirabas, Alan Amorim, tem acompanhado o desenrolar do caso e argumenta que a
gestão municipal pretende penalizar a empresa por crime ambiental. “Vamos fazer
alguma autuação. Isso está sendo analisado pela nossa parte jurídica. Isso
apresentava um risco ao estar submerso. Provavelmente vamos multar a empresa.
Não dá para ficar assim como se fosse um fato isolado”, cobra o
secretário.
A Semma
ainda reclama da falta de informações e empenho da Petrobras, EMGS e do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) que teria sido procurado, mas não visitou o local para inspecionar o
objeto. “Queremos que algum órgão autuasse a empresa e ninguém faz nada.
Ninguém pune”, reclamou. “Como um equipamento desses se perde e ninguém
procura? Que tipo de informação ele carrega? Por que o localizador não
funcionou?” questiona Amorim.
A reportagem
buscou a empresa norueguesa Electromagnetic Geoservices (EMGS), com sede no Rio
de Janeiro (RJ), e o Ibama no Pará, mas ninguém atendeu as ligações. A
assessoria de imprensa da Petrobras também foi contatada e informou que daria
uma resposta, mas até o fechamento desta edição não respondeu os
questionamentos da reportagem.
Fonte: O Liberal
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