População pede
pressa na criação da “Resex Viriandeua”
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Edmilson Rodrigues (PSOL) foi o autor do requerimento que
pediu a sessão especial na ALEPA para debater o tema
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O debate sobre a criação da Reserva Extrativista
Viriandeua ou Território dos Filhos do Mangue, uma faixa contígua de mangue de
74.300 hectares, que atravessa os municípios de São João de Pirabas,
Salinópolis, Quatipuru e Primavera, no Nordeste do Pará, reuniu autoridades
municipais, estaduais e federais em sessão especial, na Assembleia Legislativa
do Pará, nesta quinta-feira, 23. As comunidades amargam 10 anos de espera pela
criação da resex e pedem pressa ao governo federal. A realização do evento teve
a iniciativa do deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL).
O diretor de Ações Socioambientais e Consolidação
Territorial em Unidades de Conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBIO), José Arnaldo Novaes Júnior, representou a ministra
do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, na sessão. Ele afirmou a posição favorável
do MMA em criar a Resex Viriandeua. Ele ressaltou que o apoio dos prefeitos,
das Câmaras Municipais e das comunidades à proposta, tem sido muito importante
para agilizar a tramitação da proposta da resex. “É essencial a criação de
unidades de conservação para a manutenção dos ecossistemas”, destacou,
reafirmando a importância da atividade extrativista com manejo sustentável. O
ICMBIO já fez a vistoria na área, mas ainda resta definir os limites da resex.
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Viriandeua vem do Tupi e significa “território de
pássaros”. Essa será a primeira resex com caráter intermunicipal no Pará, que
já conta com nove reservas extrativistas implantadas. Hoje, no ICMBIO, o caso é
analisado com a proposta inicial de criação de quatro resex distintas, sendo
uma em cada município, mas a proposta aprovada em audiência pública pelas
comunidades, prefeitos e vereadores foi pela unificação das propostas.
O secretário municipal de Meio Ambiente da
Prefeitura de São João de Pirabas, Alan Amorim, explicou que a proteção
ambiental da praia do Atalaia depende diretamente da preservação desse mangue e
que a criação da resex não atrapalha o projeto de exploração petrolífera em
Salinópolis. “O mangue é um importante ecossistema, que serve de berçário,
centro nutritivo e de multiplicação, gerando 750 quilos de peixes e mariscos
por ano.” A gerente de Proteção à Flora da Secretaria de Estado de Meio
Ambiente (Sema), Maria Bentes, defendeu a criação da resex: “A Zona do Salgado,
no Pará, é uma das menos protegidas, apesar de ser a maior área contínua de
manguezal do mundo.”
Hoje, o mangue está ameaçado pela pesca predatória
e a extração sem controle de caranguejos, madeiras, minérios, palmeiras e
castanhas, além da pastagem de búfalos e o turismo desenfreado. O pescador Jair
Teixeira pediu o apoio das autoridades denunciando a destruição do mangue, e
que este ecossistema necessita de políticas de preservação para que as gerações
futuras também possam usufruir das riquezas naturais do lugar. Uma fábrica de
cimento da Votorantim obteve licença prévia para se instalar na área da futura
resex, em Primavera. O local tem uma grande reserva de calcário, matéria-prima
do empreendimento. Hoje, 32 comunidades residem no Viriandeua.
Também participaram da sessão, os deputados Edmilson
Rodrigues (PT) e Simone Morgado (PMDB), o prefeito de São João de Pirabas,
Cláudio Barroso, vereadores dos municípios beneficiados pela resex,
representantes da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), Secretaria de Estado
de Meio Ambiente (Sema), Conselho Nacional de Populações Extrativistas e
representantes das comunidades de Viriandeua.
Com informações do blog do deputado Edmilson
Rodrigues
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