Parabéns Pirabas 26 anos.Minhas memórias da emancipação.

Enquanto comemoravam, eu queria conhecer o plebiscito...

Orla do Beiradão. Nosso primeiro cartão postal

Certo dia, não recordo bem se era manhã ou tarde, brincava eu de fazer estradas com uma enxada para os meus carrinhos de plástico, no velho barracão de palha onde alguns trabalhadores consertavam as redes de pesca do meu pai.

Não sabia exatamente o que estava acontecendo naquela ocasião, mas percebia a vila há uns dias em grande alvoroço. Interrompendo a brincadeira, um vizinho pegou nosso velho moto-rádio preto, esticou a antena, pôs um fio em sua ponta, e passou alguns minutinhos procurando sintonizar uma emissora. Sua afobação, chamou logo a minha atenção, e prontamente não hesitei em perguntar o que era, pensando eu que poderia ser um jogo de futebol. Mas, ao contrário do que pensei, o ancião prontamente respondeu: “o governador vai fazer Pirabas cidade!”

Aquele assunto interessou-me. Rapidamente, guardei meus brinquedos dentro de uma grande caixa de papelão, e devolvi a enxada para o seu devido lugar, puxei um “mucho” e passei a ouvir a transmissão dos “primazes da notícia” na Super Marajoara AM. Logo juntaram-se mais pessoas para ouvir o noticioso radiofônico. No primeiro boletim, lembro que não saiu o nome de Pirabas na lista divulgada à imprensa. Teve gente que até colocou a culpa na emissora, o que fez com quê o sonoplasta ad hoc sintonizasse outra frequência, a PRC 5. 

Pedro Lima, Edmilton Santos(Amor) , Mário Moreira, Lauro Lima

Afonso Camoeiras, Raimundo Barroso, Dep. Haroldo Bezerra, 

Epifânio Casseb, Chico Brito, José Tralhota, Adson e Pedro Ivo.

Comitiva que aguardava a sanção do governador. 

Também não lembro quanto tempo passou para informarem outro boletim. Minhas vizinhas benziam-se, rogavam à nossa senhora de Nazaré, São João Batista e São Pedro para que ajudassem na empreitada dos pirabenses em tornar essa porção de terra cidade. De repente, da residência do governador, o repórter - se não me engano o Carlos Estácio - foi acionado para entrar ao vivo. O então governador Hélio da Mota Gueiros acabara de assinar o decreto lei 5453/88 criando o município de São João de Pirabas. Fogos pipocaram por todos os lados, era muita gente se abraçando, chorando emocionadas, e eu, perguntando se o prefeito iria ser o plebiscito, sem que ninguém mais me desse a atenção.

A euforia tomava conta da antiga “ponta negra”. À noite, a comitiva que fora a Belém foi recepcionada por uma multidão que saiu às ruas para comemorar sua emancipação. E eu, seguro pela mão da minha irmã mais velha (professora Adiane), queria entrar no meio do pessoal pra conhecer o plebiscito, que no meu entendimento, seria o primeiro prefeito de Pirabas.

Nunca vou esquecer aqueles momentos de euforia. Era o meus queridos conterrâneos em festa!

Esta é uma homenagem a todo povo pirabense, e a todos os heróis da nossa emancipação.

Parabéns minha idolatrada Pirabas! Receba o afeto desse filho que te ama.

Estendo as felicitações aos nossos irmãos de Mãe do Rio, Garrafão do Norte, Concórdia do Pará, Tailândia, Tucumã, Parauapebas, São Geraldo do Araguaia, São Domingos do Araguaia, Brejo Grande do Araguaia, Bom Jesus do Tocantins, Medicilândia, Rurópolis, Uruará, Ourilândia do Norte, Pacajá, Santa Maria das Barreiras, Curionópolis, Dom Elizeu.