terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Curuçá recebe I encontro cultural do nordeste paraense.

A histórica cidade de Curuçá, a 134 km de Belém, foi o local de encontro para gestores, produtores e mestres de cultura popular discutirem sobre a realidade do setor cultural no estado, especialmente no nordeste paraense. A plenária que aconteceu no auditório do prédio da prefeitura municipal, na manhã de quarta (16), foi provocada pelo governo do estado através da Fundação Cultural Tancredo Neves, que somente após os onze meses da atual gestão, inicia sua aproximação com os “fazedores” de cultura do nordeste paraense.
A reunião que contou com a participação de aproximadamente 100 pessoas ligadas às diferentes áreas da cultura foi também o espaço para uma rápida prestação de contas por parte da atual diretoria dos órgãos e entidades do governo, como a Fundação Carlos Gomes, que comparou o orçamento deixado em 2007 (R$ 8.000.000, com folha de pagamento de R$ 1.500.000 em convênios), contra o recebido em 2011(R$ 4.000.000, com folha de pagamento de R$ 750.000 em convênios). O que segundo os gestores da fundação limitará as ações institucionais para o setor. “Daí, a necessidade de ouvir a classe, para a formatação de propostas exeqüíveis” – esclareceu o também artista e atual presidente da Fundação Tancredo Neves, Nilson Chaves.
Entre as maiores necessidades apresentadas na plenária pelos produtores culturais da sociedade civil organizada, está a falta de capacidade técnica para a elaboração de projetos e um canal permanente de informações sobre a abertura de editais promovidos pelo poder público e instituições privadas. Situações que inviabilizam o acesso de produtores independentes e de entidades culturais às políticas públicas do setor.
Circuito – Para estimular a produção e o acesso a esses bens culturais, Nilson Chaves informou que é do interesse do governo criar um programa a nível de estado, denominado circuito cultural das regiões. A proposta que ainda está sendo pensada, incluiria artistas da dança, música, teatro, fotografia, cinema entre outras que realizariam uma turnê pelas regiões, com espaço para apresentação de artistas locais e a participação de artistas conhecidos no cenário cultural paraense. Para isso, seria indispensável a parceria das prefeituras municipais, que entrariam com uma contra-partida de 50 mil reais/ano, cabendo ao estado a complementação financeira, produção, palco, som, iluminação e logística.
O encontro também foi marcado pelo forte apelo à preservação da nossa identidade cultural e a cultura como vetor econômico e de desenvolvimento sustentável para a região do nordeste paraense. “Temos que pensar na longevidade da nossa cultura, na cultura como geração de emprego e trabalho para os nossos munícipes; dizer para a atual geração que não é vergonha sermos filhos de caboclos e índios” – disse o prefeito Fernando Cruz, anfitrião do evento.
Além do prefeito Fernando Cruz e do presidente da Fundação Tancredo Neves, Nilson Chaves, participaram da mesa de debate, o vice-prefeito Joel Machado, o secretário municipal de turismo Henrique Campos, o presidente da Fundação Carlos Gomes, Paulo José Campos de Melo, o diretor do projeto de interiorização da FCG, Jorge Sousa, assim como, o assessor da Fundação Tancredo Neves, Júnior Soares.
O município de São João de Pirabas foi representado no evento pelo secretário Quézede Dias.

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