domingo, 24 de julho de 2016

Escritor Almerindo Tetel lança seu primeiro livro - “Meu Coração Andarilho” conta a saga de Tuarí, o menino da Amazônia e seus desafios pelo Brasil.




No "papo literário" autor comentou sobre a obra

O choque cultural entre diferentes regiões do Brasil, especialmente o contraste da Amazônia Atlântica com o centro-oeste de Minas Gerais, a brusca mudança das belas e paradisíacas praias do salgado paraense para as paisagens de montanhas, fazendas de gado e plantações de café predominantes no interior mineiro. Esse é o contexto geográfico descrito por Almerindo Tetel em seu primeiro livro lançado pela editora Cambéua na noite de sábado (23) em evento realizado na escola municipal de música “Afonso Camoeiras”.

Nesse enredo o escritor natural de Cuiarana, município de Salinópolis descreve suas experiências em solos “sulistas”, onde parte do livro se dedica a revelar a indiferença e discriminação a qual o menino Tuary (seu personagem) e seus irmãos foram submetidos. Somam-se a essas narrativas as dificuldades na adaptação por conta do clima e culinária, as lembranças das paixões na adolescência, as amizades, a saudade das cidades por onde passou em missão com seus pais Ribamar e Fátima Dias (pastores evangélicos), a admiração e perplexidade diante das grandes metrópoles do eixo mais desenvolvido do país e, claro, a saudade das coisas paraoaras e o desejo latente de regressar às terras nortistas banhadas pelo Atlântico.

O evento que reuniu cerca de 70 convidados também contou com a presença e participação de artistas locais e radicados no Brasil como o poeta português Kim Sousa, a poetiza pirabense Luzia Farias e a escritora Ângela Pastana, além da participação especial da cantora gospel Adriane Carvalho. Para a presidente do Instituto Remar, professora Carmem Ceres, parceira da editora Cambéua na realização do evento, o lançamento do livro de Almerindo Tetel é um incentivo para outros escritores. “esse momento pode ser um grande passo para revelar ao público, cada vez mais interessado pela literatura regional, nossos escritores que ainda estão no anonimato” – enfatizou a educadora.

Durante o papo literário, onde o autor fez a apresentação do livro e respondeu a algumas perguntas em conversa conduzida pela mestre de cerimonia Sombelle Souza e vindas da plateia, sobre a obra, o autor revelou que toda a discriminação sofrida foi vencida pelo poder da amizade, em resposta ao questionamento se a hostilidade teria causado algum tipo de ressentimento contra os ‘sulistas’. “Venci a discriminação permitindo que me conhecessem; essa foi a arma para vencer as hostilidades.” 

Responsável pela edição do livro, Luiz Liveira diz que a Cambeua surgiu com a proposta de valorizar aquilo que parece comum. “o cambeua é um peixe de aspecto feio, sem valor comercial, mas, que na entre safra é quem resolve a fome do caboclo praiano” – brinca o editor. Segundo Liveira, a Cambeua vai oportunizar ao escritor anônimo a possibilidade de ter seu trabalho publicado.

Serviço:
O livro pode ser adquirido pelo contato: 98815-4528 
Preço: R$ 15,00

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