sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

MEIO AMBIENTE. Objeto intriga pescadores



Equipamento de geomapeamento foi pescado por grupo em São João de Pirabas. Não há Risco de contaminação.


Sonda encontrada em pescaria no alto mar 
Um grupo de pescadores do município de São João de Pirabas, nordeste paraense, encontrou um equipamento de mapeamento de subsolo utilizado para procurar petróleo. Enquanto pescavam a 300 milhas da costa, o grupo teve uma surpresa, na noite de 18 de dezembro, ao puxar a rede e verificar, que além de peixes, veio à tona o estranho objeto. O equipamento foi identificado como propriedade da empresa norueguesa Electromagnetic Geoservices (EMGS), contratada pela Petrobras para captar imagens em 3D do solo com o uso de ondas eletromagnéticas. O objeto, que ainda não foi recolhido pela empresa, tem gerado preocupação à família que o guarda e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) da cidade.

A dona de casa Kleane Conceição, 30 anos, esposa do pescador Juvenal Fonseca de Aviz, 36 anos, que achou o objeto, tem mantido contato com a EMGS desde o dia 23 de dezembro e está receosa com a situação. “Meu marido não tinha noção do que era. Ele ligou para mim e disse que tinha trazido uma coisa estranha do mar. Eu não queria trazer para casa. Tem umas plaquinhas em inglês dizendo que tem perigo. Tem um material químico lá dentro. A empresa disse que não tem perigo se não mexer, deixamos do jeito que está. Ninguém mexe nem toca”, afirmou Kleane.

Além de informar que não haveria nenhum risco, a EMGS teria dito ainda que iria fazer o recolhimento em janeiro deste ano. Entretanto, até o momento ninguém esteve no local para reaver o equipamento. A empresa informou recentemente à família que está tendo dificuldades para encontrar uma transportadora que aceite ir até o local. O equipamento ainda possui uma cápsula cinza integrada que foi retirada pelos pescadores. “Quando liguei perguntei logo se tinha algum risco, disseram que não causava nenhum problema para a saúde e que poderia armazenar no fundo do quintal”, disse. Uma equipe do Corpo de Bombeiros visitou a família nesta semana e teria recomendado cautela ao manipular o equipamento. “Eu estou tranquila, mas fiquei um pouco nervosa ontem, quando o pessoal do Corpo de Bombeiros disse que poderia ter algo um pouco contagioso. Eu tenho um filho e um filha menor de cinco anos, a gente fica com essa preocupação”, argumentou.

Autuação - O titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) de São João de Pirabas, Alan Amorim, tem acompanhado o desenrolar do caso e argumenta que a gestão municipal pretende penalizar a empresa por crime ambiental. “Vamos fazer alguma autuação. Isso está sendo analisado pela nossa parte jurídica. Isso apresentava um risco ao estar submerso. Provavelmente vamos multar a empresa. Não dá para ficar assim como se fosse um fato isolado”, cobra o secretário. 

A Semma ainda reclama da falta de informações e empenho da Petrobras, EMGS e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que teria sido procurado, mas não visitou o local para inspecionar o objeto. “Queremos que algum órgão autuasse a empresa e ninguém faz nada. Ninguém pune”, reclamou. “Como um equipamento desses se perde e ninguém procura? Que tipo de informação ele carrega? Por que o localizador não funcionou?” questiona Amorim.

A reportagem buscou a empresa norueguesa Electromagnetic Geoservices (EMGS), com sede no Rio de Janeiro (RJ), e o Ibama no Pará, mas ninguém atendeu as ligações. A assessoria de imprensa da Petrobras também foi contatada e informou que daria uma resposta, mas até o fechamento desta edição não respondeu os questionamentos da reportagem.

Fonte: O Liberal

 

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